Sinceramente, ainda não sei o que aconteceu. Talvez tivesse
sido um sonho, talvez não. Só sei que algo de estranho anda a acontecer e não
sei bem o que é. Agora deves estar a pensar “Ganda maluco! Começou a falar à toa! Não estou a entender nada, mas
não se contrariam malucos!”. A verdade é que tenho razão para falar. Por
isso, vou contar-te a história toda,desde o inicio até ao fim, que nem eu
próprio sei qual é! Mas, antes de mais, vou apresentar-me.
Sou o Frederico, tenho 14 anos e vivo em Vila Viçosa – terra
com uma grande e secante história! Eu sou homofóbico, racista, rico – sem
dúvida a melhor coisa do mundo! – bonito. Resumindo sou perfeito!!! Adoro
pessoas magras , as gordas são horríveis. Também adoro, ou melhor, amo marisco,
crepes com gelado e chocolate, profiteroles, o meu quarto, a minha vida, adoro
gozar com os homo e bissexuais – essas pessoas, a meu ver, não deviam existir.
São uma ofensa para a humanidade!
Bem este sou eu, em poucas palavras. Feliz e rico. Apesar de
muitas vezes ser um pouco frustrado, porque os meus pais não me quererem
comprar os carros todos que eu quero, adoro a minha vida! Apenas digo, ou
dizia, não mudo por nada deste mundo!
O que me faz estar a escrever é que, talvez, a minha vida dê
um bom livro, ou melhor, aquilo que me anda a acontecer dê um bom livro! Quem
sabe? Eu sei e tu em breve também saberás.
Para não te continuares a questionar mais vou passar a
relatar uma noite estranha. Uma das muitas noites estranhas que tenho tido
ultimamente.
À três noites atrás, estava eu deitadinho na minha cama, com
a cabeceira banhada em ouro, a ouvir musica, no mais sofisticado aparelho de
música de sempre. Já estava algures a voar pelo meu sono até que oiço um barulho,
muito estranho. Parecia uma bomba e vinha do meu armário. Não pensei duas
vezes, nem reagi. Puxei, o mais depressa possível os meus lençóis e o cobertor
para cima de mim. Estava cheio de medo e não sabia o que se passara. De
repente, vejo uma luz ,bastante forte,
vinda do meu armário. Aí, é que já não havia volta a dar. Algo se aproximara e
eu ,ali, deitado não podia fugir. O medo apoderasse de mim, não sei o que
fazer. O que seria? Seria um extraterrestre? Seria uma pessoa? Talvez um
fantasma? Ou seria apenas a minha imaginação a pregar-me uma partida?
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