quarta-feira, 29 de julho de 2015

A criança que não queria falar

Informações rápidas:
Titulo: A criança que não queria falar
Autor: Torey Hayden
Nº de páginas: 237
Edição:  24ª            Data: Novembro 2010              Editora: Editorial Presença
Temáticas abordadas: Relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, que foi abandonada pela mãe e tem uma história de vida bastante forte para uma menina apenas com 6 anos.
 Classificação da obra: 19/ 20


Antes de começar, tenho que afirmar que este livro  foi uma surpresa. Quando eu começo a ler um livro, só há duas opções : ou o livro me cativa desde a primeira página ou é mesmo para esquecer! Mas este....Foi uma exepção à regra! 
Depois de ter comprado este livro, ele ainda ficou um tempinho na prateleira. Foi uma altura que tinha tanta coisa para fazer que a minha leitura ficou um bocadinho de lado... Comecei a lê-lo por causa de uma apresentação que tinha de fazer para português... Bem, quando abri o livro e li os dois primeiros capítulos... É para esquecer. Mudei logo de ideias! Escolhi outro livro para apresentar! Achei o inicio da história uma coisa tão enfadonha que o coloquei de parte! E assim ficou, cerca de três semanas. Após esse período, olhei para o livro e pensei" Ai, as críticas são tão boas.. A Sheila é tão "famosa"! Eu tenho de ler isto." mas depois comecei a duvidar da minha saúde mental "Wow! Soraia! Tu não vais ler esse livro! Se ao leres um capítulo não gostaste como vais lê-lo até ao fim?!" Sim, a verdade é que o meu verdadeiro eu dizia que era isso que ia acontecer. Começar a ler e fartar-me rapidamente. Então a minha solução foi " Ok... Vais ler até ao quinto capítulo se não gostares, desistes!". E assim foi.... E, meus queridos leitores, ainda bem que li até ao quinto capítulo, porque fiquei tão apaixonada que nunca mais consegui parar!!  Acho que nunca tinha lido tão rápido! Numa noite li o livro todo! Quem me visse a lê-lo com o prazer que tinha e a "fome" em descobrir cada detalhe da vida de Sheila,nunca diria que eu tive para deixar aquele livro de lado...Bem, já chega de blá,blá,blá! Vamos lá falar do livro...
Bem , as personagens principais deste livro são a Sheila e a Torey. A Torey é uma psicóloga educacional que ensina crianças com problemas mentais e emocionais. Segundo o livro, a sala da Torey é a salvação para muitos meninos. A Sheila é uma menina, com 6 aninhos , que quando era pequena foi abandonada pela mãe e desde então vivia com o pai,alcoólico, em condições degradantes ,numa barraca, num bairro problemático. Esta história é tão comovente! A relação de amor-amizade entre esta professora são a prova que só assim se pode chegar ao coração de uma criança aparentemente inabordável.
Durante a leitura do livro é impossível não nos apaixonarmos pela comovente história de vida de Sheila. É algo que não fica esquecido. A atenção,a paciência , mas principalmente, o amor que a professora dá a uma criança , por quem já ninguém dá nada por ela, torna a história inconfundível e tocante. Sim, porque a Sheila não cai do céu na sala de Torey. Ela tinha feito asneira da grossa (querem saber o quê, não é? Então leiam o livro!),e tinha sido posta ali. Ao início , ela só arranjava problemas... Depois com muita paciência a Torey conseguiu dobra-la ela lá se tornou civilizada! A parir desse momento toda a história mudou. A Sheila passou a ser uma criança normal , até um dia....Não vou dizer o que se passou, mas digo já que foi a altura do livro mais chocante para mim. Como era possível fazerem aquilo a uma menina assim tão pequenina e que tinha acabado de aprender a ser aquilo que realmente era:uma criança que apenas queria brincar e ter amigos.Sim, parece que estou a falar à toa e que , talvez, estejas curioso mas... Isso é fácil de resolver, lê o livro!!
Sinceramente, só não dou 20/20 a este livro por causa do inicio. Agora, que toda história está bem estruturada e que a escrita é aliciante (vá a partir do 2º capítulo torna-se interessante), isso é!
Bem, em relação a este livro é tudo o que tenho a dizer! E vocês já leram? Que têm a dizer?

PS: Não copie, seja original. Plágio é crime punido por lei! Obrigada! 




sexta-feira, 17 de abril de 2015

Eu tenho uma opinião? - Rubrica Mensal




































































Ligo a TV, a rádio, abro uma simples página de noticias da web, faço isto simplesmente porque no fundo são estas as únicas formas que me permitem estar ligada a este mundo, ao mundo a que pertenço. Fi-lo ontem, hoje e amanhã farei-o novamente, sempre na esperança, por mais pequena que seja, de encontrar destacadas e predominantemente aquelas noticias que nos fazem sorrir e que nos orgulham, como temos o caso da descoberta de tratamentos para determinadas doenças, prémios ganhos por pessoas que lutaram… mas infelizmente e cada vez mais somos assombrados com notícias que nos abalam, que tornam os nossos dias muito mais cinzentos, notícias como a da crise. Sim da crise. Agora pensam todos que me refiro à crise económica. Não, na verdade pior do que essa crise, estamos a atravessar uma colossal crise de valores!! Por onde começar? Bem, em primeiro lugar é de focar que nos dias de hoje algo se passa de errado, porque cada vez mais nos dedicamos às coisas erradas, perdemos tempo com aquilo que não deveríamos e vivemos numa constante correria contra o tempo. Pior ainda é que atualmente o verbo TER se sobrepõe ao SER, sim é verdade! Parece que a felicidade vem do ter, e não me refiro ao ter família, ter saúde, mas sim ao TER com uma conotação materialista, todos querem ter isto ou aquilo, a casa dos sonhos, o carro dos sonhos, depois o dinheiro para comprar isto e aquilo e esse querer torna-se numa dependência/ obsessão…torna-se assim na única necessidade e objetivo de vida, a vida feliz que se baseia no ter. E mais assustador ainda este TER/ necessidade de posse que cada vez mais se transmove para as relações humanas, em que já se baseiam muitas delas num sentimento de posse sobre alguém…mas afinal que mundo é este? Agora temos o direito de possuir pessoas? Este sentimento de posse é aquilo que muitas vezes desencadeia o que chamamos de maus tratos ou homicídio. E porquê? Porque o ser humano atualmente é um ser tão individualista que acha que o mundo gira à sua volta, e que tem o direito de possuir tudo. Sociedade esta que se baseia em egoísmos, mentiras, vinganças… A falta de respeito é já habitual! A inversão de valores é algo preocupante! Estou certa que tu, tal como eu, ouviu hoje, ou esta semana noticias como pais que matam filhos por coisas insignificantes, jovens que são assaltantes, jovens que abusam sexualmente de colegas, bullying, jovens que batem em professores… Mas o que está então errado actualmente? É óbvio que nunca existiu uma sociedade apenas voltada para o bem, mas na verdade cabe-nos a nós hoje construir uma sociedade melhor, e temos essa obrigação. Parece que atualmente esta 
correria de vida nos impede de pararmos um segundo para refletir nisto, e todos nos tornamos como que conformistas com tudo o que se vai passando à nossa volta… Basta perguntarmos como distribuímos o que valorizamos? Hoje em dia crianças já são educadas de outra forma que na minha altura talvez não fosse tanto. Cada vez mais os pais dedicam menos tempo à comunicação e à educação das crianças, nem falo na quantidade de tempo, que hoje em dia também se torna difícil ter devido aos horários laborais, mas sim em qualidade do pouco tempo que se pode aproveita em família. Penso que o problema se encontra centralmente no facto de hoje os pais por falta de paciência preferirem oferecer telemóveis, ipads, ou simplesmente passarem o pouco tempo que têm a ver tv. Em primeiro lugar é importante transmitir o conceito de respeito, através do exemplo, no fundo os filhos são o espelho dos pais. E as crianças vão ser a sociedade de amanhã! Se queremos uma mudança na sociedade temos de “investir” nas crianças! Porque é que existe o bullying por exemplo? Porque essas crianças nunca foram ensinadas/ obrigadas a colocar-se no lugar do outro! Nunca lhes foi dito a muitas delas garantidamente ”Gostavas que te fizessem isso a ti? E se fosses tu?”, porque se tivessem crescido com isso na mente dificilmente tratavam mal os outros! Existem ingredientes básicos nesta receita que é a vida, e tão simples às vezes! Primeiro começar a mudar a educação das crianças e segundo começarmos a valorizar as coisas mais simples e fazer com que essas sim construam a nossa felicidade…Vamos começar a pensar no lado positivo da vida e a desvalorizar aquilo que temos de pior nesta…Tens saúde? Família, objectivos na vida? Então tens o mais importante, deixa-te de pessimismos e agarra-te àquilo que a vida te deu a possibilidade de ter!



Sobre as autoras

  • Estudantes universitárias do curso de cardiopneumologia .
  • Ambas com 19 anos.
Fomos perguntar-lhes mais à cerca delas.... E descobrimos a resposta a isto!

1- Porque escrevem?
"Porque o escrever obriga a uma reflexão, que por vezes necessária e libertadora."
2- Como se sentem quando escrevem?´
Bem, é uma forma de passar para o papel e deixar registado aquilo que sentimos em determinados momentos da vida

3- O que gostam mais de escrever?
Sobre temas actuais e principalmente sobre experiências que se vão tendo ao longo da vida.



sexta-feira, 2 de maio de 2014

Aborto



Para uma melhor interpretação do texto recomenda-se a leitura ao som da música

Mamã? Papá? São vocês? Já está na hora de sair? Não digas a ninguém, mamã, mas ainda não estou preparado para sair para o mundo. Tenho medo, sou tão pequenino. Tenho mais ou menos o tamanho da tua mão. Isso é para me protegeres, certo? Não me podes deixar ficar aqui mais um bocadinho? Por favor! Ainda não estou preparado e sabes ouvir o teu coração a bater dá-me forças. Senti-lo o ouvi-lo 'bum-bum", sabe tão bem! Sabes, ao inicio ouvia-te a chorar e como não sabia o porque também chorava. Quando batias na barriga e gritavas 'Sai, sai. Por favor, não arruínes mais a minha vida , nem a minha adolescência!" o que querias mesmo dizer era que estavas desejosa que saísse cá para fora para me pegares ao colo , não era? Nessas alturas, tocava-te no coração e quando te caía uma lágrima para a barriga, quase invisível, sabia que te acalmavas. Sentia-me tão bem quando tudo estava calmo. Mamã, está mão é tua? Não parece. O que te aconteceu, o teu coração está a bater mais devagar que o habitual. Estás bem? À cerca de meia hora ouvi uma voz que ainda só tinha ouvido uma vez. Não sei quem é, mas ouvi a palavra 'ABORTO'. O que é que isso significa? É que sou muito pequenino e isto sou só eu a voar pelo meu pensamento. Ah! Aborto, significa que tu e o papá vão deixar de discutir um com o outro? Mamã, posso confiar naquela não que se está a aproximar? É da tua confiança, certo? Pronto já agarrei. Confiei em ti. Espera, que luz tão forte! Mamã,tenho medo, onde estás ? Não consigo respirar. O que me estão a fazer? Aí! O sitio onde estou é frio. É o quê? Mamã, mamã, mamã, estás onde? Protege-me por favor! Quero voltar para dentro, aqui, está frio e as coisas que me fazem respirar ainda não estão a funcionar. Mamã, papá , salvem-me por favor! Eu amo-vos. Já não aguento mais, já não vejo a luz da vida. Confiei em ti mamã. Mas perdoa-me não me estou a comportar como tu querias. Sou uma desilusão para ti,não sou? Amo- vos. Estou a ir. Já não me sinto. Onde estou agora? Apaguei.



PS: Não copie, seja original. Plágio é crime punido por lei! Obrigada! 



quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mãe uma vez, mãe para a vida....

Para uma melhor interpretação do texto recomenda-se a leitura ao som da música


Olá sou a Cristina, sou jovem e ,até à pouco tempo, era mãe. Tenho 17 anos e fui mãe aos 14. Desde esse momento que toda a minha vida mudou. Mas mais mudou quando o meu filho morreu. Só passaram cinco meses mas parece que foram anos.

20 de Março de 2010, tudo estava a mudar na minha vida. Tinha feito os meus 14 anos à 2 meses e encontrado o amor que achava ser perfeito. Nesse dia, 20 de Março, saí à noite para uma festa com uns amigos e com o meu namorado, o Bernardo. A noite foi espetacular, os momentos que rimos todos juntos.. Os shots que bebemos... Tudo foi fenomenal. Era onze e meia e em meia hora tinha de estar em casa. Como o Bernardo tinha carta, pedi-lhe para me levar. Antes de sair do carro, houve uma troca de beijos, olhares e uns toques. Depois.. Tudo fluiu. Aconteceu. Fizemos sexo. A minha primeira vez. Não usamos proteção, porque como era a minha primeira vez não ia poder ficar grávida, não era? Pois, mas fiquei. Quando acabamos, saí do carro. Sorri e caminhei até casa. Sentia-me muito bem.Tudo estava a fluir normalmente, como se nada tivesse acontecido. Eu e o Bernardo continuávamos a gostar imenso um do outro, pelo menos pensava isso. Eu amava-o, mas ele só me amava por “aquilo” que tinha .Era mais um player. Nada mais.

18 de Abril de 2010, a primeira falta. Já estava uma semana atrasada na menstruação.Nunca me tinha acontecido tal coisa.Nunca mais me lembrei que tinha feito sexo sem proteção com o Bernardo. Afinal, foi só uma vez e foi a minha primeira. Logo, nunca podia ficar de bebé. Só dias mais tarde me lembrei desse pormenor. Fiquei super assustada, mas não podia acontecer nada, pois não? Gravidezes na adolescência é só para as outras, não é? Pensava tanto na probabilidade de estar grávida que decidi falar com a minha melhor amiga, a Mariana. Ela disse que tinha de fazer o teste e fi-lo,mas sozinha. As lágrimas corriam-me na face. Não sabia o que sentir. O teste deu POSITIVO. E agora? O que ia fazer da minha vida? Tinha catorze anos, não estava pronta para ser mãe. Pensei em abortar, mas caí em mim. Não dava. O erro tinha sido meu. Nessa noite, liguei ao Bernardo a chorar.Ele perguntou o que tinha. Eu, disse que precisava de falar com ele o mais depressa possível. Combinamos encontrarmos-nos e assim foi. Quando lhe contei, ele brigou comigo e deu-me uma chapada. Ainda mais chorei. Que tinha eu feito de mal? A culpa não era só minha. Ele era o pai. Ele disse que tinha de abortar, porque ainda éramos muito novos e que íamos arruinar a nossa vida. Eu disse-lhe que não ia abortar, porque o erro tinha sido nosso. Ele passou-se e disse que nunca ia assumir um filho. Chorei tanto. Corri para casa e fechei-me no quarto. A minha mãe entrou e perguntou-me o que se tinha passado. Agarrei-a com tanta força a chorar que senti uma lágrima dela a cair-me no ombro. Ela perguntava o que tinha acontecido e eu a soluçar disse “mãe, eu estou grávida!”. Ela, aconchegou-me e disse para ter calma e que no dia seguinte ia marcar uma consulta para tratar-mos do assunto. Estava mais calma. Tinha medo. Tudo era confuso. De repente, a minha vida deu uma volta de 1100 graus. Foi horrível!

No dia seguinte, lá estava eu no médico a fazer uma ecografia e ver o meu bebé. Era tão lindo! As lágrimas continuaram a escorrer-me face abaixo. Parecia que tinha uma fonte dentro de mim. Cada lágrima tinha uma mistura de tristeza e de alegria. No fim da consulta, o médico disse que o meu filho ia ser o meu Presente de Natal. Fiquei Radiante!

Esperei aqueles nove meses de gravidez.Meses passados com alegria, momentos de tristeza e muitos de reflexão. Ainda me perguntava o que é que estava a acontecer comigo. Era tudo muito estranho. Não percebia nada do que estava a acontecer. Tive que crescer depressa. Sem um pai ainda mais complicado seria criar um filho .A estranha sensação de ter dentro de mim uma criança era agradável e esquisita. Mas, como tudo na vida, habituei-me. Passaram-se as 40 semanas e no dia 24/12/2010, o meu filho nasceu! Era perfeito! Foi amor à primeira vista. Os primeiros mesinhos dele foram uma grande descoberta para mim. Eu, amava-o. Ouvi-lo chamar-me de “mamã” era agradável! Adorava isso.

Passaram-se dois aninhos e 3 meses e comecei a notar algo estranho no meu filho. Não andava com um bom ar. Levei-o ao médico e disseram que era apenas uma gripe. Dei-lhe os medicamentos que mandaram durante uma semana.Não houve melhoras. Voltei ao hospital, o médico disse para continuar a dar-lhe a medicação que estava a dar. Pensava que tudo ia passar com aquilo tudo. Não percebia nada de medicina. Acreditei nos médicos e no dia 15 de Março de 2013, adormeci o meu filho como era costume fazer. Coloquei-o no meu colo e comecei a cantar-lhe uma música que tinha ouvido na rádio.Quando acabei de cantarolar, pensava que ele já estava a dormir. Ia deitá-lo e ele disse-me que me amava mais que tudo. Para nunca me esquecer disso e para ser forte sempre. Ok.. Era uma criança com dois anos a dizer aquilo. Seria uma despedida? Não sei, talvez. No dia 16 de Março de 2013, acordei de manhã e fui ao quarto dele e... Desabei em lágrimas. Não conseguia reagir. O coração dele já não fazia “bum-bum”. O meu filho, Fábio, tinha morrido. O que ia ser de mim sem ele? Os médicos disseram que ele morrera com uma meningite. Não queria acreditar no que me estava a acontecer .Contei com o apoio de toda a minha família, mas não foi fácil. A dor de mãe permanece lá sempre. E por muito estranho que me tenha parecido, o Bernardo, também estava lá a apoiar-me mas apenas como amigo. Ele nunca assumiu o papel de pai. Nem naquele momento.

Hoje, dia 15 de Agosto de 2013, olho para trás e sinto-o como no último dia que lhe peguei ao colo.Já pensei em morrer também, mas ele disse-me para eu ser forte. Vou fazer-lhe a vontade. Vou ser forte. Viver um dia de cada vez. Vou ser feliz. Tentar, agora, lutar pela minha vida. Tenho 17 anos e mereço continuar a viver. Apesar de triste e magoada,a única maneira que tenho de viver é acreditar que ele me guarda sempre, todos os dias e está lá, presente em todos os momentos. Eu amo-o e sempre o vou amar. O meu filho irá sempre ser um sempre!




PS: Não copie, seja original. Plágio é crime punido por lei! Obrigada! 
A história tem um carácter totalmente fictício . Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O Fim da Inocência

Informações rápidas:
Titulo: O Fim da Inocência
Autor: Francisco Salgueiro
Nº de páginas: 224
Edição: 1ª.               Data: Outubro de 2010                Editora: Leya
Temáticas abordadas: Problemas comuns na adolescência de hoje em dia: jogos sexuais, drogas, álcool.
 Classificação da obra: 17/ 20




"Hoje em dia os pais têm pouca ideia daquilo que realmente se passa com o filhos.

Julgam que as suas adolescências são iguais às que tiveram e deixam-nos à solta. Acontece que a realidade actual é muitíssimo diferente daquilo que oiço dizer que era nos anos setenta, oitenta e noventa.

É uma realidade em que o sexo e as drogas fazem parte do dia-a-dia"


Assim, começa o relato da vida de uma jovem adolescente portuguesa, a Inês. Nesta pequena nota, escrita por ela fica um alerta a todos os leitores. Um alerta para que não desistam da leitura deste livro. Pois, se o fizermos uma lição de vida para pais, educadores e adolescentes ficará perdida. Uma história real, de uma adolescente que aos olhos de todos era perfeita, mas por detrás da fama que adquire entre os amigos, está apenas uma criança que se arrepende de tudo o que fez, mas tarde demais.
A obra de Francisco Salgueiro, tornou-se um bestseller por algum motivo. Esse motivo, para mim, deve-se ao facto desta obra ter uma grande história por detrás de todo o acontecimento descrito. Afinal, Inês não passa de uma adolescente a querer experimentar coisas que sempre lhe foram desconhecidas.Uma criança inocente, não preparada para a vida e bastante influenciável por aquilo a que chamamos "amigos". Talvez, já estivesse na altura de alguém desmascarar a inocência que se pensa que os adolescentes, do século XXI, têm. Vivemos numa sociedade onde nada é impossível de acontecer. Muitos assuntos descritos pelo autor são tabus entre pais e filhos, educadores e alunos.
A forma como a vida de Inês é descrita, pelo autor, torna esta obra simplesmente deliciosa! A maneira da escrita de FRANCISCO SALGUEIRO, fascinou-me assim que abri a primeira página do livro rapidamente viciei e percebi que se deixasse aquele livro na mesinha de cabeceira iria perder uma história de vida tão real e tão forte como a de esta adolescente.
O livro relata sem dúvida aquilo que muitos desconhecem. Problemas graves da adolescência de hoje, são desconhecidos aos olhos de muita gente. Apesar, do livro estar destinado a pais e educadores, creio que não nos podemos esquecer de alertar a geração que é relatada no livro: os adolescentes. Eu li. Fiquei apaixonada, desde o 1º momento. A maneira como eram descritos os acontecimentos ao longo do livro e da forma como a descrição era feita, cativam a leitura de qualquer jovem, mesmo que seja “anti-leituras”! Eu aprendi. Para mim, certos assuntos tratados no livro eram semi-tabus. Acho que mesmo sendo adolescente não tinha a verdadeira impressão do risco que corre a minha geração. Festivais, discotecas, álcool, sexo e drogas, sempre existiram. Agora, eu, sinceramente e falando de verdade, não tinha noção deste perigo!Sim, para mim este livro foi mesmo pôr termo "Ao fim da (minha) inocência". É um bocado triste aquilo que se lê no livro. Confesso até que a Inês foi uma personagem que me metia tanta raiva... Às vezes apetecia-me esganá-la e dizer-lhe " Hey, miúda! Acorda para a vida, assim não vais longe" , outras apetecia-me dar-lhe uma chapada porque eu acho que muitas das coisas têm a ver com a falta de regras, como a minha mãe diz "Isso é falta de chapada"... Mas se esses momentos tiveram presentes, confesso, de coração que muitas vezes , apetecia-me saltar para dentro do livro e abraçar a Inês!Afinal ela é uma adolescente, tal como eu. Há coisas que custam a engolir e a história dela foi uma delas. Não sei, mas será que o que aconteceu se deveu a falta de carinho? Afinal os pais eram demasiado ocupados (como (agora) é normal), mas desde os 13 anos que Inês e o grupo de amigos davam a entender que precisavam de alguém presente. Porque se esse alguém existisse as maratonas de vídeos pornográficos na casa dos amigos não existiam,  certo? 
Para mim, a leitura , como adolescente que sou, é muito fácil de realizar. Todo o palavreado encontrado na obra é comum entre a maioria das conversas dos jovens adolescentes. Esta leitura, só me fez refletir sobre o quão perigoso é “viver ao rubro, sem pensar nas consequências” da sociedade atual. Uma sociedade, onde fumar um charro é tão comum como beber água! Será que este é o futuro que queremos? Um dia mais tarde que consequências, os comportamentos dos jovens adolescentes, poderão trazer? Exato, todas estas perguntas vão surgir enquanto lêem o livro e depois a resposta passará pela vossa reflexão e observação daquilo que é retratado. Porque , meus caros leitores, acreditem, depois da leitura deste livro, NUNCA MAS NUNCA MAIS vão voltar a olhar para a nova geração com os mesmos olhos...!

Uma leitura recomendada a 100%, por uma jovem adolescente bem portuguesa! 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Uma caixa de música muito especial...

Para uma melhor interpretação do texto recomenda-se a leitura ao som da música


A minha infância sempre foi muito feliz. A minha família sempre foi muito unida. Não podíamos dizer que éramos uma família. Éramos muito mais que isso. Nós éramos todos amigos. Sempre assim foi e, espero eu, sempre assim será! Todos os meus Natais eram passados com toda a família reunida. Lembro-me que o nosso Natal era o mais rico da aldeia onde morávamos. Não era por haver mais prendas. Na verdade, de prendas o vestígio era pequeníssimo. O nosso Natal até podia ser o mais rico, mas era o mais simples. Na aldeia diziam , que o nosso Natal animava toda a população. Éramos a única família que naquela altura do ano reuníamos todos e fazíamos a maior festa de sempre. Uma festa onde apenas a felicidade reinava. O Natal para nós era como se fosse o “calor” do ano! Nos 4 dias antes do Natal  oficial, na nossa casa,  essa época já tinha chegado! Já havíamos começado todos os preparativos. Havia sempre tanto a fazer (!) : bolos, sonhos, filhós e tudo o que se tinha a pôr na mesa éramos nós que preparávamos. E apesar das muitas tristezas que um ano pudesse ter, naquela altura do ano, como por magia natalícia, tudo era esquecido. (surge um grande sorriso na cara de Adelaide)
Bem, o meu nome é Adelaide. Hoje tenho 45 anos. A minha vida mudou. Agora, já não sou criança. A minha vida já se complicou. Estou desempregada. Esta é a minha história. Uma das minhas histórias. A história de um Natal que sempre me unirá à minha mãe. Foi-lhe diagnosticado Alzheimer à 20 anos. Ela morreu à 2 de ataque cardíaco. Dia 06/04/2010. O pior dia da minha vida! (o sorriso de Adelaide desaparece e um tom bastante avermelhado apodera-se dos seus olhos). Fui bastante criticada por não ter comparecido no funeral dela, nem ter feito luto. Mas a verdade, é que o sentimento  que tinha por ela não desapareceu assim como as pessoas pensavam  que tinha acontecido. Ele permaneceu. Melhor, permanece em mim. Apesar de tudo há uma coisa que me continua a fazer com que comunique com ela: uma caixa de música. Para todos, apenas “uma” caixa de música, para mim “a” caixa de música. A única coisa que me consegue ligar , através da sua subtileza sinfónica, à minha mãe. Quando a abro, por magia, todas as saudades são esquecidas durante aqueles segundos. Aquela caixa, foi o melhor presente que alguma vez me deram…
Estávamos em 1988, eu tinha 20 anos e o que eu mais gostava de fazer era dançar ballet. Nesse ano, decidi mudar-me para Lisboa, logo a seguir ao natal. Tudo estava a correr normalmente, até que abri a minha prenda de Natal. Quando a abri, uma sensação de enorme alegria apoderou-se de mim! Dentro da caixa que abri estava o presente que sempre quis: uma caixa de música igual à que a minha mãe tinha. Sempre gostamos imenso de dançar! Ela tinha uma caixa linda, mas que com o tempo se degradou e acabou por se partir numa inevitável queda. A única coisa que restara era uma bailarina, que tinha sido feita à mão pelos meus bisavós , que não cheguei a conhecer. Aquela bailarina tinha passado de geração para geração. Agora, ela era minha. Estava dentro da minha caixinha de música. No dia que recebi a caixa, foi um dos mais felizes de sempre! Tinha, apesar de uma coisa super simples, a prenda que sempre sonhara.
Nos dias antes de partir para Lisboa, não conseguia parar de ouvir a música a tocar e a bailarina a dançar. Trazia-me uma tranquilidade… No dia antes de partir, a minha mãe entrou  no meu quarto e sentou-se ao meu lado. Depois de largos minutos a ouvir aquela melodia, entramos em sintonia e rapidamente nos levantamos e dançamos um bocadinho. Soube tão bem! No fim, ela parou. Agarrou-me nos braços e disse-me, com as lágrimas a correrem-lhe pelo rosto: “ Pensa e lembra-te sempre de mim. Esta caixa vai ser o nosso meio de comunicação: quando a abrires sentirás a minha presença, de um certo modo, ao ouvires a música e quando olhares para a bailarina repara no sorriso e no orgulho que tenho ao ver-te seguir o teu maior sonho. Quando te sentires em baixo, abre a caixinha. Verás que por breves momentos, a saudade será esquecida!”
Nunca mais esqueci aquelas palavras. Desde o dia que cheguei a Lisboa, que sempre que tinha saudades de casa e da minha família, fazia o que a minha mãe me tinha dito antes de eu partir. Parecia que aquela caixinha tinha um poder especial. Passaram-se 5 anos. Todos os anos na altura do Natal ia ver a minha família, mas naquele ano , após os meus treinos de dança, recebi uma chamada do meu pai com uma trágica noticia: tinha sido diagnosticado Alzheimer à minha mãe. Não tive reacção imediata, mas rapidamente me apercebi que tinha de abandonar Lisboa e voltar para casa.
No início da doença, a minha mãe com um bocadinho de esforço chegava lá. Passaram-se vários anos. Nunca mais voltei a estudar ballet. Criei família. Tive 3 filhas: a Matilde, a Marta e a Carolina. São os meus 3 orgulhos. Tenho um marido espetacular que me apoia em tudo. Não sei como lhe agradecer, mas a verdade é que só por o ter conhecido, valeu a pena abandonar os estudos.
Notei que o Alzheimer, ao fim de 15 anos do seu diagnóstico, se acentuou de uma forma gravíssima. A minha mãe, já não se lembrava de mim. Não sabia comer, beber.Estava completamente dependente dos filhos. Mesmo que eu tentasse ela não se recordava de mim. Ela estava acamada e completamente desgastada. Num dos dias que a fui visitar, levei a caixa que me tinha oferecido, quando eu tinha 20 anos. Sem sombra  de dúvidas, a melhor coisa que fiz. Depois de ir ter com ela ao quarto e falar, como sempre fazia, diariamente, pus a caixinha atocar e a bailarina a dançar. Ao som daquela melodia, ouvi a voz dela a gritar “ Filha, eu lembrei-me!”. Lembro-me que naquele  momento, as lágrimas na minha face eram mais que muitas. Ainda mais estupefacta fiquei quando ela disse, que aquele som sempre nos iria unir, tal como ela prometera. Então a partir daquele dia, prometi que levaria sempre a caixinha comigo. Assim o fiz. A caixinha era a nossa ligação. Algo especial e sem explicação!
Passados 2 anos, (as lágrimas escorriam com bastante força pela face de Adelaide),recebi a trágica noticia, a pior de sempre: a minha mãe tinha morrido. Não reagi, não chorei. O choque foi demasiado grande. Não fui ao funeral, não fiz luto, fui criticada por todos. Não quis saber. Só pedi para desenharem na campa da minha mãe uma bailarina igual à da minha caixa e que escrevessem a frase “ Unidas, sempre, por uma sinfonia maior que nós!”. Assim o fizeram. Isso fez-me sentir a pessoa mais feliz do mundo. ( as lágrimas de Adelaide secam e surge um sorriso na sua cara)
Sou a Adelaide, tenho 45 anos. Sou casada e tenho 3 filhas. A minha mãe morreu no dia 06/04/2010. Um dia triste. Apesar daquilo que pensam, continuo a amá-la, como dantes. Há momentos em que a saudade aperta e é nesses momentos que abro a minha caixinha de música e vejo aquela bailarina a dançar ao som daquela melodia. Aí, eu sinto-a. Nesses momentos, parece que por magia , as saudades morrem. É difícil de explicar. Apenas sei, que cada vez que abro aquela caixa a única coisa que faço é sorrir.







PS: Não copie, seja original. Plágio é crime punido por lei! Obrigada! 
A história tem um carácter totalmente fictício . Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

sábado, 29 de março de 2014

Um dia que mudou tudo.



Para uma melhor interpretação do texto recomenda-se a leitura ao som da música


Era um dia como todos os outros. A rotina de sempre: levantar, tomar o pequeno-almoço, vestir, levar as crianças à escola e ir trabalhar. Tinha uma família composta e unida. Tinha a vida que sempre tinha sonhado. Tinha uma mulher que me valia tudo e dois filhos gémeos com quatro anos, o John e o Kevin, vivíamos em Nova York trabalhávamos nas torres gémeas do World Trade Center. Um trabalhava na torre Norte e outro na torre Sul.
Foi no dia 11 de Setembro de 2001, que tudo mudou. Nesse dia tudo apontava para que a rotina fosse a mesma. (vieram-lhe as lágrimas aos olhos).
Eu, trabalhava na Torre Sul, ela na Torre Norte. Entravamos os dois às oito em ponto. Íamos sempre juntos para o trabalho, aliás, nós fazíamos tudo juntos! Eu e ela eramos inseparaveis, sentia por ela aquela coisa que nunca tinha sentido por ninguém. Por ela, eu estava realmente apaixonado. Os nossos filhos eram o nosso maior orgulho, nunca havíamos tido razão de queixa deles… Mas como era rotina, despedimos-nos antes de entrarmos para o trabalho demos um beijo, um grande abraço e dissemos um ao outro “Amo-te”. Daquela vez, o último de toda a nossa vida.
Às 8.45 da manhã, ouviu-se um grande estrondo vindo de perto. Olhei para a minha janela e vi fumo (como trabalhava na portaria não vi a zona de embate). Não sei o que se passou naquele momento, mas além de um grande arrepio de frio lembrei-me da minha mulher. Não liguei a nada e continuei o meu trabalho. Mas às 8.50 recebemos avisos de emergência para sairmos do edifício. Não pensei duas vezes. Abandonei a portaria e saí para a rua e quando olhei para cima deparei-me com o pior cenário de sempre: A torre onde a minha mulher trabalhava estava em chamas e cortada ao meio por um avião. No mesmo instante, recebo uma chamada dela. Não pensei duas vezes, atendi. Ela estava a chorar. Perguntei-lhe o que tinha acontecera ela não conseguia explicar só dizia “ouve-me, ouve-me … por favor!” . Decidi ouvi-la. (as lágrimas começam a cair-lhe dos olhos e a escorrem pela cara). Ela dizia assim:” O embate foi a 5 pisos abaixo do sítio onde trabalho, não consigo sair. Olha, não te esqueças nunca do que fui e do que fomos. Nunca te esqueças do que criamos, nem do que conquistamos. Não te esqueças do que vivemos mas por favor nunca te esqueças do nós!” – Ela dizia-me isto a chorar, foi impossível conter as lágrimas perante aquele momento …. – “Não chores, por favor! Isto já não é fácil, ajuda-me pelo menos a que não seja tão difícil. Trata bem dos nossos meninos, cuida deles, vive-os mas promete-me que farás com que eles nunca se esqueçam de mi. Promete-me por tudo que nunca os abandonarás, promete-me que os vais amar e que nunca os vais deixar. Prometes?” – Eu respondi que sim e não conseguia conter as lágrimas o sentimento estava a ser mais forte que eu. De repente do outro lado surge um “AMO-TE!” seguido de um grande estrondo. Assim que olho para cima vejo a torre a desmoronar-se. Com ela, foi parte de mim. Parte da minha vida, parte do meu coração. Nunca mais fui o mesmo desde aquele dia. Ninguém imagina o quão difícil foi criar dois filhos sozinhos e passar por aquelas perguntas “Papá, onde está a mãe?” ou “Papá a mãe vai voltar?” , como nunca sabia o que responder dizia sempre que ela era a estrela mais brilhante do céu e que era ela que os guiava.

Sou o Chris, tenho 40 anos. Sou viúvo. Criei dois filhos gémeos sozinhos. A minha vida podia ter sido melhor, mas não foi. Podia ter tido aquilo que sempre desejara, mas não tive. A minha felicidade podia estar  a 100% mas não está, hoje, 14 anos depois continuo solteiro. Todos os dias vou ao cemitério com uma flor. Todos os dias a flor tem uma cor. Essa cor é o estado da minha alma. A minha vida foi totalmente desfeita, tudo por causa de um ATAQUE À PAZ. Qual o porquê de tanta guerra? Porque é que tanta gente inocente tem de sofrer por coisas que não fez?! Infelizmente, ainda não tenho respostas a nada, mas talvez não seja necessário tanto sacrifício Humano para encontrar o caminho para a paz.


Texto escrito a : 11/09/2014

Ps:Não copie, seja original. Plágio é crime punido por lei! Obrigada! 
A história tem um carácter totalmente fictício . Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.