sexta-feira, 21 de junho de 2013

Suicídio


1º- http://www.youtube.com/watch?v=ZGoWtY_h4xo


Gorda,feia,atrasada!”; “Devias morrer!!”; O facto de tu existires agonia-me a vida!”. Estas são aquelas bocas que todos os dias ouço por parte dos meus “amigos”. Sinceramente, nem sei se posso chamá-los de amigos.Afinal, amigo é aquele que nos apoia e não que nos critica.A verdade, é que por mais que sorria em frente da cara deles, a dor que sinto com cada palavra é indescritível  parece que quando ouço aquela palavras o meu sangue se enche de facas aguçadas e começa a cortar-me interiormente. Nunca choro, pelos menos em frente deles. Não que não tenha vontade, mas dizem que um sorriso é a melhor arma. O que ninguém sabe é que quando chego a casa e entro no meu quarto, fecho a porta e choro. Choro muito. Já estou tão farta, que agora já me começo a questionar se aquilo que eles dizem é mesmo verdade. Será que sou assim tão feia e gorda?! Eu não o acho, mas qualquer pessoa fica sem autoestima nestes momentos. Sinto-me tão mal, nem a música me consegue acalmar. O que se passa comigo? Nada consegue aliviar esta dor tão grande e aguda. Esta dor faz-me sentir facas afiadas a percorrerem dentro de mim, chegam a todas as partes do meu corpo. Mas quando chegam ao meu coração... Choro, grito, entristeço e desmotivo-me da vida. “Será que vale a pena viver? A minha vida terá sentido?”. Pergunto-me todos os dias. Hoje, foi a gota de água  A minha melhor amiga tinha-se juntado a eles. Agora , é que estava mesmo só, num mundo onde não se pode confiar em amizades, sentia-me perdida. A dor, nesse dia, era mais forte que todas. Não passava. Estava desiludida com ela.As lágrimas não paravam de cair. Em cima da minha mesa ,estava um X-ato. Tentei resistir.Desviei o olhar mil vezes,mas não conseguira resistir. Tinha de me aliviar. Comecei a cortar-me. A dor, aliviou, mas não como desejava. Pensei, voltei a pensar, até que decidi.Tinha de pôr termo ao sofrimento e para isso só havia uma maneira. Acabar com a minha vida. Não aguentava mais aquele modo de viver, aquele sofrimento e aquelas criticas dolorosas. A forte era mais fraca do que aquilo que todos pensavam.Mas, se não era útil, porquê viver?Não fazia sentido. Agora tinha a decisão tomada. Já não ia voltar atrás. Antes de terminar com a minha vida, existia uma única pessoa de quem me tinha de despedir. A minha irmã bebé. Uma menina com apenas dois anos e meio.A pessoa mais especial da minha vida.Ela estava lá em cima no terraço.limpei as lágrima e subi as escadas,fui até ela e peguei-lhe ao colo. Disse à minha mãe que ia dar-lhe àgua. Levei-a para dentro. Aí, as lágrimas não paravam de cair-me pela cara abaixo. Depois, o que mais me custou foi vera a aflição dela. Sentir aqueles abraços... Custou-me tanto, mas soube-me tão bem. Quase que tive para desistir da ideia de por fim à minha vida, mas já estava decidida. O último abraço que lhe dei foi o mais forte de toda a minha vida. Tinha que limpar as lágrimas e pô-la de novo ao pé dos meus pais, no terraço. Quando estava a entrar, novamente, para casa disse aos meus pais:

 “Nunca se esqueçam de mim como sou. Mas, nunca se esqueção que são as pessoas maus importantes da minha vida e esteja onde estiver vocês estarão sempre no meu coração”

Eles não perceberam.Corri escadas acima completamente destroçada e com a cara repleta de lágrimas.Fechei a porta à chave e começei a lembrar-me de toda a minha vida. Os momentos em que sorri de vontade, o momento em que a minha mãe anunciou que estava grávida e o último abraço que tinha dado à instantes à minha irmã. Não sabia como me sentia. O meu coração palpitava de medo da morte.Estava decidida.Tinha pensado em várias maneiras de me matar, mas a menos dolorosa era atirar-me da janela, visto morar num 4º andar duplex. Abri a janela e gritei “ AMO-VOS NUNCA SE ESQUEÇAM DE MIM!!!”. Enquanto caia o vento a passar-me na cara, assustava-me. Aquele tempo que caí, não senti vida. Apenas as lágrimas da minha cara,Pensava nos momentos bons e naquilo que estava a fazer por causa dos meus “amigos”. Afinal, amei viver. Enquanto caía, arrependi-me da minha decisão.Porque no fim de contas eles não mereciam toda aquela atenção que lhes dara. Agora arrependia-me. Mas já era tarde. Faltava dois ou três centímetros para cair... Senti um forte impacto. Os ossos partiram-se todos. Era sangue por todo o lado. O oxigénio cortava-me os pulmões quando entrava. Mas mesmo no fim daquele sofrimento todo, ouvi umas vozes. Era conhecidas. Apenas ouvira “ Aminha filha!”. Eram os meus pais. Não paravam de chorar. No entretanto, senti um abraço. De umas mão pequenas. Era a min ha irmã. A bebé. A última coisa que senti foi um beijo e uma lágrima dela a cair-me em cima. Doeu-me tudo, principalmente, a alma. Mas, estaca tudo esquecido. Via a luz e enquanto caminhava até lá ouvi uma voz, entristecida e com lágrimas dizer : “ Mais ninguém te amava tanto como eu, nunca te esqueças de mim,cawina”. Assim, percebi que era a minha irmã bebé. Todo o caminho até à luz foi feito de lágrimas nos olhos. Afinal, de um momento para o outro UMA CRÍTICA MUDARA TUDO!


Ps:Não copie, seja original. Plágio é crime punido por lei! Obrigada! 
A história tem um carácter totalmente fictício . Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

Um comentário:

CIDE disse...

Basta uma pessoa, um gesto ou uma palavra para que tudo faça sentido.
Tudo vale a pena se alma não for pequena, disse o poeta. E a alma não se mede pela quantidade de pessoas, gestos ou palavras. Basta uma pessoa, um gesto e uma palavra para que tudo valha a pena.
A irmã, a lágrima e o gesto dão sentido e valem a pena!
Luís Mourinha